A pressa na divulgação das matérias pode induzir o veículo de comunicação ao que chamamos no jargão jornalístico de "barriga". Explico: é quando uma mentira é tomada como verdade após uma noticia mal apurada. Nos meios sociais é mais ou menos que dizer que houve uma "Fake News".
Além do "furo" não ser algo mais tão em voga assim, já que hoje em dia todo cidadão é repórter, não devemos confundir notícia pequena com notícia vazia. Toda história deve ser contada com o devido aprofundamento dos fatos, mesmo considerando as novas tecnologias da informação.
O show de opiniões, cálculos, palpites e as previsões apocalípticas estão ganhando cada vez mais espaços nas mídias sociais, cada um defendendo a sua verdade. "Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor". Essa guerra desenfreada pelo click compromete a isenção e a credibilidade do jornalismo oficial, pois os "créditos" negativos muitas vezes são divididos com todos .
O jornalismo online interiorano está meio que preguiçoso: prefere replicar as informações uns dos outros, deixando de fazer os questionamentos próprios da profissão. E as manchetes sensacionalistas sugerem apenas um debate inútil.
A execração pública da personagem é o mesmo que fazer apologia ao crime, pois alimenta o horror. E não se combate a delinquência odiando o criminoso. O melhor caminho é mesmo atacar o sistema, sem esquecer que dele somos parte. O princípio do contraditório diz que todos têm direito a ampla defesa e a serem tratados com dignidade.
Na imprensa sensacionalista, é comum a publicação de nomes e imagens de pessoas acusadas de delitos, e que são incriminadas antes do julgamento. Quando absolvidas pelo júri popular, como terão suas vidas restauradas?
O código de ética do jornalista orienta a só revelar algum assunto com absoluta certeza das implicações, isso em qualquer empresa de comunicação. Por outro lado, ainda mais grave é esconder informações de forma propositada e negligente, colaborando com a impunidade. Observem como é desafiadora a profissão de jornalista. É separar o joio do trigo e publicar.... O que for de interesse público.
Mín. 24° Máx. 35°