Os discursos prontos fazem parte do repertório do politico brasileiro. É comum expressões do tipo: “Meu povo...” ou “Minha nação...” Cujos clichês se encaixam, perfeitamente, em falas demagógicas; e "uma boa frase cria a sua verdade".
Esses políticos deveriam ter o mínimo de conhecimento religioso para não cometer incúrias. Porém, o que eles querem mesmo é ludibriar a massa, visto que as promessas de campanha dificilmente serão cumpridas. Utilizando-se do estereótipo de o “Salvador da Pátria”, citam as necessidades primárias e/ou individuais daquele povo e as usam como argumento-resposta.
“Para satisfazer a plebe dispõe de meios para mantê-la empregada nas suas atividades ordinárias durante um ano em ocupações que dão vida a cidade e formam o seu centro nervoso, sem muito ônus para os cofres públicos” (O príncipe – Maquiavel).
A “nova politica” passa por um processo lento de transição. E dentre os fatores que emperram essa marcha, destaco: a corrupção (sistêmica e endêmica) O que deve ser mais bem resolvida é a nossa condição de ‘sujeito’. Identidade, sim; mas reagente. As instruções de como escolher os candidatos são subjugadas pelos estados de “dominação” e “intimidação”, já enraizados entre nós. E fica difícil combater o Status Quo apenas com informações. Antes de eleitores conscientes, seres independentes.
Didaticamente, a política está a serviço do bem comum e age na promoção da justiça. Já o mal está em boa parte dos políticos que elegemos; estes, usam a "democracia" como cortina de fumaça para se perpetuarem nos cargos, pavimentando os seus próprios regimes. E não creio que as oligarquias estejam preocupadas em ver insurgir quadros que ameacem as suas estratégias de ganância e do poder pelo poder. Mas, o poder não devia emanar do povo? Constitucionalmente, sim.
Repare, ainda, no que diz ‘O príncipe’: “A primeira coisa que fez foi enfraquecer os partidos, seduzindo todos os seus seguidores com a concessão de amplos honorários, nomeando-os para funções e comandos de acordo com sua qualidade (...) concentrando-se exclusivamente no Duque.”
A política brasileira é dos interesses e não das virtudes. E penso que só a virtude pode combater a corrupção praticada pelos maus políticos... - Com a anuência de uma sociedade que, mesmo mista, prefere odiar a se indignar e se organizar.
É sabido que a alienação fragiliza as pessoas causando não só um separatismo ideológico, mas também idiotizando os indivíduos que deixam de pensar por si e passam a reproduzir tolices, estreitando a percepção da realidade.
Diz-nos ainda o filósofo florentino que não há um modelo de Estado perfeito, mas uma luta permanente contra a sua degenerescência. "A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam". Sobrou mesmo para nós.
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