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“VOCÊ É O QUE ACREDITA”; por Misael Nóbrega

A vida começa a me testar antes do desjejum. Ainda na cama alguma coisa me diz que nada vai dar certo. Levanto-me, sorumbático! No espelho, uma cara de derrotado.

12/05/2023 às 07h43 Atualizada em 12/05/2023 às 18h58
Por: Daniel Almeida Fonte: Misael Nóbrega
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“VOCÊ É O QUE ACREDITA”; por Misael Nóbrega

A vida começa a me testar antes do desjejum. Ainda na cama alguma coisa me diz que nada vai dar certo. Levanto-me, sorumbático! No espelho, uma cara de derrotado. Cuspo na pia a praga de ontem e ergo a cabeça para me enxergar dentro dos meus próprios olhos. Ninguém deveria ir a lugar algum sem a certeza do primeiro passo. Enfim, saio. No bolso, carrego comigo dois envelopes lacrados, cujos conteúdos são: um SIM e um NÃO. E a cada conflito apresento sempre o SIM. E de novo e de novo... - O que me faz ficar condenado a um dia, terrivelmente, previsível e chato. A sirene soa. Retorno para casa com a sombra curvada a silhuetar o ocaso daquela tarde morna. Os passos são refeitos como se o tempo todo eu tivesse andando para trás. Abro a porta e entro... O meu reflexo no espelho agora me repreende: "Pelo menos você tentou?". Dou de ombros. Enfiado no pijama, lembro que o outro envelope sequer foi aberto. Ao invés de uma vida de enfrentamento constante, procuro não me indispor. O que acaba sendo um contrassenso, pois este mundo sempre foi trogloditário. Antes fosse um argumento de defesa, não de covardia. Durmo. Amanhã será um outro dia dentro do mesmo dia. Até que resolva enfrentar o medo tácito de não ser outra pessoa, sabendo eu quem sou.

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