Com a inevitável saturação deste planeta, o homo sapiens deixará de existir. Um longo período será transcorrido em silêncio e penúria, embora sem marcas do tempo. (...)
No entanto, conforme os desígnios posteriores ao “gran finale”, forças sobrenaturais gerarão um outro começo: um lugar onde não haverá filhos de Deus nem do diabo.
A nova criatura irá se antecipar a qualquer tipo de danação. Conhecerá uma experiência de amor sem sentimentalismos, para não constranger a sua natureza. Ali, todos viverão e amarão longe da razão, feito passarinhos.
Melodias serão entoadas tanto no nascedouro quanto no morredouro - E esses episódios se tornarão motivos de celebração por três dias – Para não haver outra coisa a fazer senão dançar – E, na medida exata da separação dos corpos. Assim, a proximidade física não será influenciadora dos mundos.
Haverá uma pia batismal, porém os novos habitantes não receberão o plano da salvação. Se houver alguma mensagen, ela chegará através dos sonhos. E existirá eternidade em cada dia...
É difícil a ideia de que para sermos livres devemos abdicar deste cenário que conhecemos, com seu panfleto de céu. Da mesma forma que é impossível aprisionar a alma num inferno que não existe. Creiam: Desprender é voar em direção a si mesmo.
Rogo, nesse mundo porvindouro, próprio da imaginação, que além de tudo, revele-se uma raça não tão arrogante, e ainda menos ignorante...- E que nasçam das pedras, como os rios.
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