O Nacional perdeu ou aprendeu com a derrota para o Botafogo de João Pessoa, no José Cavalcanti, do-mingo, aqui em Patos? Levar um gol aos 53 minutos quando nem jogo tinha mais é dolorido, sofrido, mas é lição. "O jogo só termina quando acaba". Encontrar uma explicação agora para justificar o injustificável é desonesto.
A lógica do futebol as vezes é inversa. Mesmo considerando os aspectos técnicos, físicos e emocionais, nem sempre vence quem faz uma parti-da melhor; sempre vence quem faz mais gols. Tem jogo que o placar é ganhar. De meio a zero já tá bom. E olha que o Nacional nem precisava marcar gol, bastava não levar. Mesmo assim, consciente do que fazer em campo, não se intimidou, não recuou, não se acovardou... Se tivesse feito isso poderia ter até ter se classificado, porém preferiu jogar. E o cas-tigo veio no último minuto do tempo de acréscimo.
O Botafogo estava sendo eliminado e parecia já con-formado com o desfecho que se desenhava. A maior folha de pagamento não faz um bom campeonato, porém esta sobrevida pode lhe render o título Esta-dual. "Se" e não existe "se"... O Nacional tivesse avançado à próxima fase, teria uma grande probabili-dade de ser novamente campeão paraibano, feito al-cançado em 2007. Dos três "papões" de títulos (Tre-ze, Campinense e Botafogo), até àquele momento do coro da torcida: "Uh! Eliminado; Uh! Eliminado"! Ape-nas o galo da Borborema é que estava se classifi-cando às semifinais. Mas, quis os deuses do futebol que os torcedores do canário voltassem pra casa in-crédulos.
Perder ou ganhar faz parte do jogo, mas as vezes o roteiro é "sobrenatural de Almeida", como di-ria Nelson Rodrigues. Não pensemos em teoria da conspiração; que o resultado estava combinado; que o juiz ajudou ao Belo; que era para ter segurado a bola no campo de ataque; que o banco de reservas não devia ter se levantado pra tumultuar a partida, provocando aquele fatídico minuto a mais... - Consi-deremos o discurso clichê de qualquer boleiro: - "Agora é levantar a cabeça, trabalhar mais e dar a volta por cima". É. E que venha a série "D", porque Não há nada melhor que um jogo após o outro.
*Misael Nóbrega de Sousa
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